Sobre o CCLA

O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) é uma entidade cultural particular e sem fins lucrativos, fundada em 31 de outubro de 1901, na cidade de Campinas, por um grupo de cientistas, artistas e intelectuais que decidiram criar uma instituição em que pudessem se reunir para o estudo e a produção de atividades científicas e artísticas. O pioneirismo da ideia, notável em termos do Brasil do século passado, e a conciliação com os ideais positivistas e republicanos vigentes no período, ressaltam a importância da cidade de Campinas naquele momento.

Galeria de Arte do CCLA, sempre com exposições mensais
Galeria de Arte do CCLA, sempre com exposições mensais

Crédito Foto: Martinho Caires

Durante as primeiras décadas do século 20, pela própria ausência de um órgão de Estado dedicado exclusivamente à cultura, o CCLA reuniu e promoveu grande parte das produções culturais da cidade. Nas primeiras décadas do século 21, o CCLA é cada vez mais respeitado por sua impressionante trajetória e pela contínua promoção de atividades artísticas e culturais, envolvendo as linguagens tradicionais e aquelas típicas da sociedade contemporânea.

O CCLA conta hoje com uma biblioteca de 150.000 volumes, uma Pinacoteca e dois museus, dedicados ao Maestro Carlos Gomes e a Campos Sales. Conta também com galeria de arte, Sala de Leitura, Vitrine Cultural e Auditório para 220 pessoas. O auditório já cedeu seu palco para espetáculos como o Monólogo de Procópio Ferreira e para a apresentação de artistas como Regina Duarte, entre outros de repercussão nacional e internacional.

A primeira exposição futurista no Brasil, de Lasar Segall, fora de São Paulo, aconteceu no CCLA, onde permanece uma de suas obras, doada pelo pintor na ocasião. No Centro também houve a correção de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, obra seminal na literatura brasileira.

Na década de 1950 o Centro de Ciências, Letras e Artes criou o primeiro cineclube de Campinas. Personalidades de projeção nacional, nascidas ou não em Campinas no século 20, mantiveram estreitos vínculos com o CCLA, participando de sua fundação, de suas atividades ou doando seus acervos de bens pessoais, que foram cuidados e preservados pela entidade, como os de César Bierrenbach, de Antônio Carlos Gomes e de Campos Sales.

Em 1961, quando o CCLA comemorou 60 anos, a instituição promoveu uma série de palestras, representativas do “Panorama da Cultura no Brasil”. Participaram alguns dos grandes nomes da cultura brasileira na época, como Antônio Cândido, Júlio de Mesquita Filho, Florestan Fernandes, Dami Souza Santos, Mario Schenberg e o professor Pietro Maria Bardi, que expôs desenhos originais de Lasar Segall. Apenas uma comprovação da representatividade e respeito alcançados pelo Centro de Ciências, Letras e Artes em sua rica trajetória.

Entre outros, foram presidentes do CCLA: Bráulio Mendes Nogueira, Elisiário P.Palermo, Rodolfo Bueno, Herculano Gouveia, Francisco Isolino de Siqueira e Álvaro Cotomacci. Entre 1994 e 1997 o Centro teve a primeira presidente feminina, a professora Daiz Peixoto, em cuja gestão foi totalmente modernizado o Museu Carlos Gomes, com o apoio de Fúlvia Gonçalves e da Fapesp.

Nos últimos anos o CCLA tem sido presidido pelo Dr.Marino Zigiatti, que desde a década de 1950 participa de alguma forma das atividades do Centro, sempre lutando pelo seu reconhecimento e valorização.

No início do século 21 o CCLA continua o seu empenho, de valorizar diversas linguagens artísticas e de promover reflexões permanentes em vários segmentos. Abriu, por exemplo, um Departamento de Ecologia, destinado a promover debates sobre os grandes desafios ambientais.