Raízes Culturais

A rica diversidade cultural brasileira, uma marca do país, é fruto da mescla das raízes indígenas, negras e lusitanas. Mas o Brasil moderno também é resultado da importante contribuição dos imigrantes italianos, franceses, alemães, espanhóis e árabes, entre outros povos fundamentais para a formação do país.

“Maria Tudor”, partitura e libreto da ópera de Carlos Gomes, em publicação de Edizioni Ricordi, de Milão: símbolo dos laços históricos entre Brasil e Itália
“Maria Tudor”, partitura e libreto da ópera de Carlos Gomes, em publicação de Edizioni Ricordi, de Milão: símbolo dos laços históricos entre Brasil e Itália

Crédito Foto: Martinho Caires

Pois toda essas raízes culturais são valorizadas e preservadas ao longo da história do Centro de Ciências, Letras e Artes. A Revista do CCLA foi pioneira, por exemplo, na publicação de trabalhos em defesa da cultura indígena, de autoria, entre outros, de Erasmo Braga e de Luiz Bueno Horta Barbosa.

As reflexões promovidas pelo CCLA, nos seus primeiros anos de atividades, contribuíram para a discussão que resultou na criação, a 20 de julho de 1910, do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), o primeiro órgão dedicado à proteção dos indígenas, antecessor da Funai.

As raízes afro-brasileiras também constituem preocupação constante do CCLA, que teve em sua primeira Comissão de Engenharia a presença de José Pereira Rebouças, irmão do abolicionista André Rebouças.

E também merece atenção permanente do CCLA a colaboração dos imigrantes europeus para a formação da cultura brasileira. Muitos componentes das primeiras comissões científicas do CCLA eram pesquisadores estrangeiros, que trabalhavam no Instituto Agronômico. Do mesmo modo, eram muitos os membros da comunidade italiana que estavam entre os fundadores do Centro de Ciências, Letras e Artes.

A influência da cultura francesa era enorme entre os fundadores do CCLA, a exemplo do que ocorria em toda intelectualidade brasileira no início do século 20. O primeiro evento público do Centro foi justamente uma homenagem a Victor Hugo (1802-1885), pelo seu centenário de nascimento. Grande parte dos livros que passaram a compor o acervo inicial da biblioteca do CCLA estava em língua francesa.

Muitas raízes, muitas influências, muitas tradições, ajudando a compor o belo mosaico multicolorido da cultura brasileira. O Centro de Ciências, Letras e Artes sempre esteve atento a essa rica diversidade, uma das chaves para enfrentar os desafios do século 21.