Presidente da Sanasa apresenta projetos para segurança hídrica em Campinas

O presidente da Sanasa, Arly de Lara Romeo, em sua palestra no CCLA (Fotos José Pedro Martins)

O Centro de Ciências, Letras e Artes tem tradição no debate ambiental. O primeiro número da Revista do CCLA, de 1902, teve como tema central a “Devastação das Matas em São Paulo”. Pois o grande tema ambiental atual, a crise hídrica no estado de São Paulo e outros estados brasileiros, foi o tema de palestra no último dia 27 de maio, no auditório do CCLA, com o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romeo. A Sanasa é a empresa municipal de água e saneamento de Campinas. Ele esteve no Centro acompanhado do diretor técnico da Sanasa, Marco Antônio dos Santos

Romeo observou que, durante a grave crise hídrica de 2014, Campinas teve apenas problemas pontuais na distribuição de água durante alguns dias em outubro. O dirigente destacou que o município vem empenhando todos esforços para que a médio e longo prazos alcance a desejada e apropriada segurança hídrica. Para isso, tem investido na construção de novos reservatórios de água limpa e está identificando áreas que possam receber um grande reservatório de água bruta, uma barragem que sirva como alternativa de abastecimento em caso de forte estiagem que afete o rio Atibaia, onde está a atual captação de mais de 90% da água distribuída em Campinas.

Dirigentes do CCLA e da Sanasa antes da palestra
Dirigentes do CCLA e da Sanasa antes da palestra

O presidente da Sanasa observou que a empresa tem ampliado os investimentos de forma substantiva. Foram investidos R$ 103 milhões em 2013, o maior investimento da história, superado apenas pelo do ano seguinte, de R$ 114 milhões. Romeo admitiu que, em função da crise hídrica, e o menor volume de água consumido pela população, a pedido da própria Sanasa, houve redução de receitas. Com isso, a empresa passou por um processo de corte de despesas expressivo.

Campinas está agora empenhada na campanha 300% de saneamento, esclareceu Arly de Lara Romeo: 100% de água potável distribuídos (já alcançados), 100% de redes de coleta de esgotos (já são mais de 90%) e 100% de tratamento de esgotos (capacidade instalada já é maior que 80%). Com relação ao tratamento de esgotos, observou que Campinas já está construindo Estações de Reuso, com tecnologia inédita no Brasil, e que já foram estabelecidos contratos – por exemplo com Viracopos – para a distribuição dessa água de reuso, que pode ser aplicada em limpeza, irrigação de jardins e outras utilidades.

E destacou o empenho pela redução das perdas nas redes de distribuição de água: já foram substituídos mais de 1000 km de 1120 km de redes de amianto por PEAD, uma tecnologia não-agressora ao meio ambiente e que reduz muito as perdas. Hoje Campinas tem 19% de perdas, um dos menores índices do Brasil, que tem uma média superior a 40%. Em muitas cidades, inclusive capitais, os índices são de mais de 50%.

Campinas a caminho dos 300% de saneamento, destacou o presidente da Sanasa na conferência no CCLA
Campinas a caminho dos 300% de saneamento, destacou o presidente da Sanasa na conferência no CCLA