Maneco de Gusmão abre sua exposição no CCLA com reflexão sobre a arte atual

Maneco de Gusmão e seus Rostos Contemporâneos na Galeria de Arte do CCLA (Fotos José Pedro Martins)
Com uma reflexão sobre a arte contemporânea, Emanuel (Maneco) de Gusmão abriu na tarde do dia 10 de junho, quarta-feira, a sua exposição Quantic-Art O Princípio da Incerteza, na Galeria de Arte do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA). A série de Rostos Contemporâneos, como ele define, é composta de pintura sobre borracha de pneu de caminhão. São expressões fortes e a impressão que as obras causas no espectador é a de imagens instáveis, voláteis como o mundo do século 21.
Natural de Ouro Fino, no Sul de Minas, Maneco de Gusmão foi morar aos 18 anos em São Paulo, onde estudou arte e deu aulas de pintura para detentos na Penitenciária Estadual. O trabalho chamou a atenção de críticos importantes. Em 1990, o artista decidiu se mudar para Paris, após a edição do pacote econômico da ministra Zélia Cardozo de Melo, no governo de Fernando Collor de Mello, que depois seria deposto em 1992.
Insatisfação com os rumos do país, busca do novo na Europa, onde viveria por 14 anos. Maneco expôs em Paris, Barcelona, Madri, Berlim e outras cidades. Em 2004, decidiu voltar ao Brasil e para sua terra natal, onde fundou a ONG Culturativa. E em sua cidade construiu a Caixa Preta, como denomina a casa-ateliê-centro cultural, ponto de encontro das artes em Ouro Fino.

Em texto preparado para a exposição no CCLA, Maneco de Gusmão apresenta um “Projeto para a construção de um artista contemporâneo”. Ele afirma: “Na arte, o homem é o protótipo do homem. Aquele que molda a forma e dá vida. Aquele que cria a vida na arte. Aquele que cria a arte e se reconhece. O homem, o ser, ascendente solidão aflita que necessita se perpetuar no tempo. Reivindicar sua parte na imortalidade. Aquele que cria ornamentos e crimes… Composto, recomposto, reconstruído e dissecado por Leonardo da Vinci. Humano, desumano, animal”.
Maneco de Gusmão foi apresentado no CCLA pelo diretor Luiz Carlos Ribeiro Borges. O artista reconheceu a influência de Marcel Duchamp, entre outros, e exaltou o trabalho, no Brasil, de dois revolucionários, Hélio Oiticica e Flávio de Carvalho. A exposição permanece até o final de junho no Centro de Ciências, Letras e Artes, que reafirma a sua vocação para valorizar e divulgar a arte de vanguarda.
